A Cirurgia Dermatológica é uma área de atuação da Dermatologia que abrange procedimentos diversos, capazes de remover ou modificar a pele e o tecido celular subcutâneo, sejam eles diagnósticos, cirúrgicos, cosmiátricos ou oncológicos. Dentre os procedimentos realizados, podemos destacar: cirurgia e procedimentos a laser, criocirurgia, remoção de pintas e sinais, eletrocirurgia, preenchimentos, cirurgia Micrográfica de Mohs e eletrocirurgia, cirurgia de unha e transplante de cabelos.
O profissional que realiza tais procedimentos é obrigatoriamente um médico dermatologista, com título de especialista em dermatologia e aprovado em concurso pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Deste modo, ao conhecimento clínico da fisiologia da pele e de suas patologias, soma-se o domínio das técnicas cirúrgicas, assegurando mais segurança aos pacientes tratados.
Abrangente, a Cirurgia Dermatológica engloba desde tratamentos para melhorar a qualidade de vida e a auto-estima de seus pacientes – como peelings e preenchimentos, por exemplo – até tratamentos para câncer de pele e outras doenças, utilizando o que existe de mais moderno em terapêutica médica. Ela pode ser dividida em:
Cirurgia básica: remoção de pintas, cistos,lipomas, unha encravada, etc.;
Cirurgia avançada: retirada de tumores e cânceres de pele, enxertos, correção de cicatrizes, etc.;
Cirurgia corretiva: tratamento de cicatrizes de acne, tatuagens, manchas, etc.;
Cirurgia cosmética: transplante de cabelos, cirurgia de pálpebra, lipoaspiração tumescente, e outras;
Procedimentos dermatológicos: toxina, laser, etc.
Os cirurgiões dermatológicos são os profissionais que possuem mais condições de cuidar de problemas como um hematoma, uma cicatriz ou uma mancha, pois são médicos completos e especializados em doenças de pele e procedimentos, que dominam todos os processos.
Siringomas
O que é? O siringoma é um tumor benigno derivado dos ductos de glândulas sudoríparas. A tendência ao surgimento é genética e atinge principalmente as mulheres. Manifestações clínicas do siringoma A doença caracteriza-se pela formação de lesões pequenas (2 a 5 mm), da cor da pele ou amareladas, um pouco elevadas e de consistência levemente endurecida. Localizam-se preferencialmente nas pálpebras e regiões ao redor dos olhos. Não apresentam qualquer sintoma associado. Podem ser poucas ou em grande número. siringoma Siringomas nas pálpebras inferiores Tratamento Não existe uma forma de se evitar o surgimento das lesões. O tratamento pode ser feito através de cauterização química, eletrocoagulação, dermoabrasão ou retirada cirúrgica das lesões
Lipomas
Lipoma (nódulo) ou Lipomatose (forma múltipla) é um acúmulo de tecido gorduroso subcutâneo, que formam lesões palpáveis de consistência firme e elástica e fazem relevo na pele. São considerados tumores benignos, mas podem crescer bastante, o que gera um desconforto estético e físico muitas vezes insuportável e mesmo não causando dor, leva o paciente a recorrer à cirurgia para extração do mesmo. Seu tamanho varia de 0,5 cm para cima de diâmetro, e o seu crescimento costuma ser lento. São assintomáticos na maioria dos casos, podem causar dor em outros. O lipoma é composto de tecido adiposo, geralmente é macio ao toque, por vezes pode ser movido e em alguns casos pode se tornar um tumor maligno. O lipoma superficial subcutâneo (aquele localizado abaixo da superfície da pele) é o tipo mais comum entre tantos que existem, abaixo alguns tipos não tão comuns: Celular Angiolipoma Lipoblastoma Benigno Intramuscular Lipoma do tendão, sinovial, nervos ou outros. Como o lipoma pode ser tratado? Uma pequena cirurgia é o suficiente para remover o lipoma, podendo ser realizada no consultório médico. Pode ser removido também através de liposucção, dependendo do seu tamanho, mas para que estas técnicas sejam possíveis o lipoma não pode estar sob o músculo. A remoção somente é indicada em casos que o paciente se sinta muito incomodado com sua aparência estética ou quando o lipoma cause dor ou desconforto na realização de movimentos. Se a opção do paciente, juntamente com o médico for à retirada do lipoma, este deve ser retirado por inteiro, se uma parte permanecer no local, provavelmente haverá novamente o crescimento. A liposucção gera uma cicatriz menor, mas este procedimento só é possível em pequenos lipomas e pode acontecer de não extrair totalmente a lesão, pela limitação de visão na hora do procedimento. Como é feito o diagnóstico? Clinicamente os lipomas são facilmente reconhecidos e diagnosticados, porém outras lesões, ás vezes mais sérias e importantes podem ser confundidas com eles, como os cistos, lesões malignas (sarcomas e metástases cutâneas. Somente o médico dermatologista é capaz de diferir uma da outra e indicar o tratamento mais adequado para cada caso. A maior parte dos inchaços e nódulos são benignos, podendo ser causados por infecções, lesões, pressão externa, inflamação ou obstrução do fluxo sanguíneo.
Cistos Sebáceos
O cisto sebáceo é um tipo de caroço que se forma sob a pele, composto de uma substância chamada sebum, de formato arredondado, que mede poucos centímetros e pode surgir em qualquer região do corpo. Ele geralmente é macio ao toque, pode se mover quando é tocado ou pressionado e não dói. No entanto, o cisto sebáceo inflamado gera sintomas como dor, aumento da temperatura no local afetado e a região pode ficar sensível e avermelhada e, por isso, requer tratamento médico. Neste caso, o médico mais indicado é o dermatologista que poderá indicar uma pequena cirurgia para remover o cisto. O caroço na pele, arredondado e macio também pode ser um lipoma, um tipo de tumor benigno, composto de células de gordura, que também deve ser retirado através de cirurgia ou lipoaspiração.
Unha Encravada
A unha encravada (Onicocriptose) ocorre quando uma das pontas da unha, ao crescer, literalmente “penetra” na pele em volta dela. O processo decorre de um aumento na pressão sobre a unha ou suas pregas, causado principalmente pelo ato de apará-las de forma errada ou usar sapatos apertados ou de pontas finas. O encravamento se caracteriza pela inflamação e vermelhidão dos cantos da unhas, que podem até mesmo soltar pus e provocar dores com intensidade variada. No início do encravamento, podem ser tentados o tratamento clínico com higienização frequente da unha e elevação da ponta que está penetrando o tecido. Nunca tente cortá-la, pois determinará uma piora do quadro. Nos casos que não respondem, o tratamento é cirúrgico, com a retirada parcial da unha doente. Recidivas não são comuns, mas podem ocorrer. Naqueles pacientes com tendência a ter unhas em telha (arredondada) é possível fazer abrasão da unha A cirurgia da unha e feita com anestesia local e, na maioria das vezes, não é necessário retirar toda a unha. O tratamento pode ser feito também com uma técnica nova chamada fenolização de matriz ungueal. Em vez de de cortar a unha, o dermatologista aplica um ácido que destrói parte da unha que estava encravada e o local cicatriza mais rapidamente, sem necessidade de cortes e pontos.
Sinais e Pintas
O que é a pinta ou sinal? Normalmente são chamadas de pintas as lesões denominadas pelos dermatologistas de nevos melanocíticos. Pintas ou nevos são lesões planas ou elevadas, cuja coloração pode variar. Podem ser congênitos (quando presentes ao nascimento) ou adquiridos (quando surgem após o nascimento). Alguns ainda podem apresentar pelos. Os nevos podem ser pequenos, puntiformes ou até gigantes, aqueles que atingem grandes áreas do corpo. A grande maioria dos nevos é benigno, porém alguns deles podem se transformar em câncer de pele. Portanto é importante sempre examinar as pintas. O conceito de que pintas de nascença são benignas nem sempre é verdadeiro, principalmente nos nevos gigantes. Quando as pintas adquiridas começam a aparecer? Geralmente as pintas começam a aparecer na infância, tendem a aumentar em número até a meia idade, quando podem diminuir. Predisposição genética e exposição ao sol são os fatores que fazem com que algumas pessoas tenham mais pintas do que outras. Qual é o número normal de pintas nos adultos? O número de pintas varia muito, mas maioria dos adultos brancos possui entre 10 a 40 pintas na pele, mas existem pessoas que tem até mais de 100 pintas! Quando devemos nos preocupar com nossas pintas? Devemos ficar atentos quando uma pinta começa a apresentar variações de: Coloração – Se numa mesma pinta começam a surgir várias cores como preto, azul, cinza, esverdeado, vários tons de marrom; Tamanho – Se a pinta vem crescendo ou diminuindo; Bordas – Observar se as bordas estão ficando irregulares; Assimetria – Se antes a pinta era redondinha e agora está ficando assimétrica. Esses critérios deram origem a regra do ABCD. O que é a regra do ABCD É um método que utiliza algumas características das lesões de pele para dar nota à pinta e assim chamar atenção de possibilidades de malignidade. Quanto maior a nota maior o risco. O que é Câncer da Pele ? O câncer da pele é um crescimento descontrolado e anormal das células que compõe a pele. Existem diferentes tipos de câncer, dependendo do tipo de célula que se prolifera, Os mais comuns são os Carcinomas basocelulares, espinocelulares e melanomas. O câncer da pele é o mais freqüente entre todos os tumores existentes. O que é Melanoma ? É o mais agressivo e malígino de todos os tumores da pele. O melanoma na maioria das vezes se parece a uma pinta (nevo), sarda ou mancha de nascença. Porem ele cresce rápido, pode ter alteração de cor, espessura e até pode perder a cor, a pinta pode ainda sangrar. É muito importante o seu reconhecimento precoce pois em seus estágios iniciais ele pode ser curado. Alguns sinais de suspeita de melanoma são quando as pintas, sardas ou manchas aumentam de tamanho, ficam elevados ou mudam de cor. Para isto, se utilizam regras do ABCD para ajudar a identificar as lesões de risco. Por que reconhecer precocemente o câncer de pele? Porque quanto mais cedo for reconhecido, maiores serão as chances de cura através de procedimentos simples. Um exame muito simples feito no consultório do dermatologista pode diagnosticar o melanoma com até 99% de certeza, mesmo em estágios iniciais, é a DERMATOSCOPIA DIGITAL. Ele se baseia nos critérios do ABCD, dá uma nota ou score às pintas e dependendo da nota a pinta será considerada benigna, potencialmente maligna ou maligna, sendo então encaminhada para retirada ou acompanhamento clínico. Além disso as pintas são fotografadas e se monta um arquivo do paciente para seu acompanhamento. Como é feita a remoção das pintas? As pintas que forem “suspeitas”, isto é, aquelas que tem potencial de virar um câncer de pele, devem ser removidas através de uma pequena cirurgia. Primeiramente é feita uma anestesia local e então, com um bisturi, o dermatologista retira a pinta , envia para exame (anatamo-patológico). Geralmente fica uma pequena cicatriz no local. As sardas podem virar câncer de pele? Na verdade as sardas são lesões benignas, que não oferecem risco de virar câncer de pele. Mas como elas estão relacionada a exposição solar excessiva, freqüentemente atingem pessoas de pele clara sendo mais um sinal de alerta para se aumentar a proteção solar. O que se pode fazer para evitar que as pintas virem Câncer de pele. Na verdade não podemos evitar todos os tipos de câncer de pele, mas devemos evitar a exposição solar excessiva em pessoas de pele clara e com muitas pintas. É muito importante usar filtro solar de fator de proteção 30 ou mais e que ele seja reaplicado a cada 2 horas. O ideal é aplicar o protetor na pele 30 minutos antes da exposição solar. Além disso, evitar o sol entre 10:00 e 16:00 horas. Importância do autoexame O autoexame é método para você examinar regiões do corpo de difícil visualização. É recomendado que se faça o autoexame a cada 3 meses. Com a ajuda de um espelho de mão e um outro de parede você pode examinar o corpo todo, ou pedir a ajuda de um amigo ou parente para auxiliá-lo. De todo forma o auto exame vai auxiliar a visualização de lesões, porém é fundamental que pelo menos uma vez ao ano suas pintas sejam avaliadas por um dermatologista.
Câncer de Pele
O câncer de pele é o tipo mais comum de câncer no mundo e ocorre quando há um crescimento anormal e descontrolado das células da pele. Ele pode aparecer em qualquer parte do corpo, mas é mais frequente nas áreas mais expostas ao sol, como rosto, pescoço, mãos e braços.
Crioterapia
A crioterapia, também chamada de criocirurgia, vem sendo utilizada na Dermatologia há mais de um século para o tratamento de lesões cutâneas benignas (por exemplo, verrugas virais), pré-malignas (como queratoses actínicas) e malignas (câncer de pele). Como é feita a crioterapia? Este procedimento utiliza o congelamento para atingir a destruição dos tecidos-alvo; é prático e pode ser realizado em pacientes portadores de marcapasso, pacientes com contra-indicação à cirurgia e em gestantes. Para a realização da criocirurgia é necessário um agente criogênico. Utiliza-se mais comumente como substância criogênica o nitrogènio líquido, por apresentar o mais baixo ponto de ebulição (-196°C), permitindo assim grande congelamento das lesões a serem tratadas, causando dano ao tecido e destruição do alvo. O dermatologista definirá a quantidade de congelamento necessária para o tratamento, baseando-se no tempo de congelamento/descongelamento, na disseminação lateral do congelamento além das margens da lesão (o qual está relacionado a profundidade de congelamento atingida), na palpação da região congelada e no tempo de descongelamento. Tais análises exigem experiência e técnica, devendo a criocirurgia ser sempre realizada por pessoas habituadas ao metódo. A criocirurgia pode ser utilizada para tratamento de lesões pré-malignas principalmente queratoses actínicas e lesões malignas como carcinomas basocelulares e carcinomas espinocelulares (quando a cirurgia tradicional é contra-indicada). Por ser um tratamento não cirúrgico, não existe envio de material para análise, sendo impossível avaliar com certeza a cura. Novas sessões podem ser realizadas, caso o médico julgue necessário.
Biópsia Cutânea
A biopsia cutânea é um procedimento auxiliar no diagnostico de doenças de pele. Não é feita apenas em câncer de pele, mas também no diagnostico diferencial de doenças de pele. Existem diferentes tipos de biópsias que podem ser utilizados e a escolha dependerá do tamanho da área afetada e sua localização no corpo. São elas: Biopsia por shaving, biopsia por punch , biopsia incisional e biopsia excisional.
Xantelasmas
Os xantelasmas são pequenos depósitos de gordura sob a superfície da pele. São indolores e normalmente aparecem na pele das pálpebras, próximo ao nariz, nas articulações, tendões, joelhos, mãos e pés. Estes distúrbios cutâneos são mais comuns entre adultos mais idosos e pessoas que tenham um nível elevado de lipídios no sangue, isto é, gordura. E, se torna um importante indicativo dos níveis elevados de colesterol e triglicérides. Além de ser um alerta sobre o excesso de gordura, não existem maiores implicações no aparecimento de xantelasma, o incômodo maior é relacionado à estética. As lesões amareladas não desaparecem com a redução dos níveis de colesterol. Sendo necessária a realização de procedimentos médicos. A remoção das lesões pode ser realizada com aplicação de substâncias cáusticas, para a cauterização química, tratamento a laser, ou retirada cirúrgica com fechamento por sutura (pontos). A escolha do método será de acordo com a cor da pele, o tempo de existência e a localização da lesão.